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Foto do escritorHelena Dezem

Do material ao imaterial: 5 grandes mudanças no consumo de luxo

O conceito de consumo de luxo está passando por uma transformação profunda. Descubra cinco grandes mudanças que estão moldando o futuro desse mercado e influenciando a relação entre marcas e consumidores.


© Louis Vuitton / Divulgação


Antigamente, o luxo era sinônimo de ostentação e exclusividade, mas isso ficou para trás. Hoje, o conceito evoluiu e ganhou novas nuances, refletindo uma sociedade que valoriza experiências, inovação e responsabilidade. Impulsionadas por avanços tecnológicos, mudanças socioeconômicas e uma consciência global emergente, essas transformações estão redefinindo a relação entre consumidores e marcas de luxo. Vamos explorar cinco grandes mudanças que estão moldando o futuro desse mercado.


1. Valorização de Experiências Autênticas e Enriquecedoras


Mais do que possuir objetos valiosos, os consumidores buscam vivências que proporcionem memórias duradouras e crescimento pessoal. A experiência tornou-se um componente essencial do luxo.


Além de investirem em produtos, diversas marcas passaram a oferecer momentos únicos aos seus clientes. A Hermès promove workshops e eventos privados onde os participantes podem aprender sobre o artesanato por trás de seus itens. Essa interação permite uma conexão mais profunda com a marca e valoriza o processo de criação manual.


A Louis Vuitton possui um programa em parceria com agências de viagens de luxo que oferece itinerários exclusivos, incluindo acesso privado a exposições de arte, jantares com chefs renomados e estadias em propriedades históricas.


Em 2023, a Aman Resorts lançou uma série de retiros focados no bem-estar holístico, combinando tratamentos de spa, meditação, ioga e experiências culturais em destinos exóticos. Oferecendo estadias que vão além do conforto, proporcionam vivências culturais autênticas, retiros de relaxamento e aventuras exclusivas, atendendo ao desejo por experiências únicas.



2. Personalização Extrema e Inteligência Artificial


A demanda por itens personalizados está em ascensão. Os consumidores desejam produtos que reflitam sua individualidade e ofereçam uma sensação singular de exclusividade. Essa busca levou as marcas a oferecer níveis sem precedentes de customização, muitas vezes utilizando inteligência artificial para atender às preferências individuais.


Em 2024, a Rolex introduziu um serviço de personalização, permitindo que os clientes escolham detalhes específicos, desde materiais exclusivos até gravações personalizadas, criando relógios verdadeiramente únicos.


A Chanel lançou um aplicativo com um assistente virtual alimentado por IA que fornece recomendações de moda personalizadas, combinações de produtos e sugestões de estilo baseadas no guarda-roupa e preferências do usuário.


As renomadas marcas de automóveis também estão inclusas nesse contexto. A Ferrari expandiu seu programa de personalização Tailor Made, que permite aos clientes configurar cada detalhe de seus carros. Desde acabamentos internos até cores exclusivas, resultando em veículos que são autênticas obras de arte sobre rodas.


Loja da Ferrari com o programa de personalizaçãoTailor Made

© Ferrari / Divulgação


3. Sustentabilidade e Responsabilidade Social como Pilares


A preocupação com o meio ambiente e a ética tornou-se central nas decisões de compra. Os consumidores de luxo buscam marcas que não apenas ofereçam qualidade, mas que também reflitam seus valores sustentáveis e responsáveis.


Diversas empresas adotaram ações eficazes nesse sentido. Em 2023, a Prada expandiu sua linha Re-Nylon, utilizando nylon regenerado feito a partir de resíduos plásticos coletados dos oceanos. A meta é substituir todo o nylon virgem por reciclado até o final de 2024.


O conglomerado LVMH investiu significativamente em energia renovável, anunciando que suas instalações na Europa seriam alimentadas 100% por fontes sustentáveis, reduzindo drasticamente sua pegada de carbono.


A Chanel lançou programas de agricultura regenerativa para cultivar matérias-primas usadas em seus produtos de beleza e fragrâncias, promovendo a biodiversidade e práticas agrícolas responsáveis.


A Gucci continua a expandir sua iniciativa Equilibrium, uma plataforma dedicada a promover práticas sustentáveis e projetos sociais. A marca comprometeu-se a alcançar a neutralidade de carbono em todas as suas operações e cadeias de suprimentos, reforçando seu compromisso com o planeta.



4. Crescimento da Economia Circular e Revenda de Luxo


A revenda de itens de luxo ganhou destaque recentemente, impulsionada pela conscientização ambiental e pelo desejo por peças vintage e exclusivas.


A Cartier introduziu um programa de recompra, permitindo que os clientes vendam joias antigas diretamente para a marca, que então restaura e revende os itens, prolongando seu ciclo de vida.


Em 2023, a Balenciaga fez uma parceria com a The RealReal para facilitar a revenda de seus produtos, oferecendo autenticidade garantida e incentivando a economia circular.


A plataforma de e-commerce Farfetch expandiu seu serviço Second Life em 2024, permitindo que os clientes troquem suas bolsas usadas por créditos na loja, promovendo a sustentabilidade e oferecendo um incentivo financeiro.


Imagem do site da Farfetch Second Life

© Farfetch / Divulgação


Algumas marcas de luxo, como a Stella McCartney, apoiam publicamente plataformas de revenda, incentivando os clientes a participarem da economia circular. Investidores têm injetado capital nessas iniciativas, reconhecendo o potencial de crescimento e a mudança no comportamento do consumidor.


5. Digitalização e Experiências Virtuais Imersivas


A integração da tecnologia digital tem revolucionado a forma como as pessoas interagem com as marcas de luxo, oferecendo experiências imersivas e personalizadas, atendendo às expectativas de consumidores conectados e exigentes.


Pioneira na adoção do digital, já há alguns anos, a Burberry implementou o conceito de "see now, buy now" em seus desfiles, permitindo que os clientes adquirissem peças imediatamente após a apresentação. A marca também utilizou realidade aumentada em parceria com o Google, permitindo que os clientes experimentassem virtualmente produtos através de smartphones.


A Louis Vuitton ampliou sua presença digital por meio de colaborações com jogos eletrônicos e lançamento de coleções de NFTs (Tokens Não Fungíveis). Os clientes podem explorar lojas virtuais interativas e participar de eventos online exclusivos, aproximando-se ainda mais da marca.


Sempre inovadora, a Balenciaga realizou desfiles de moda virtuais e já lançou diversos produtos em plataformas de jogos. Isso permite que os clientes interajam com a marca de maneiras novas e emocionantes, combinando moda e tecnologia de forma única.



A plataforma de moda de luxo online Farfetch utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para oferecer recomendações personalizadas, aprimorando a experiência de compra e facilitando a descoberta de novos produtos e marcas.


Essas tendências demonstram que o luxo está se adaptando a um novo cenário, onde inovação, sustentabilidade e conexão emocional são fundamentais. As marcas que compreendem e abraçam essas mudanças estão se posicionando para atender a um consumidor mais consciente e exigente.


O futuro do consumo de luxo será definido pela capacidade das empresas de oferecer não apenas produtos de alta qualidade, mas também experiências significativas e um compromisso genuíno com valores que ressoam com seus clientes. A evolução desse mercado reflete uma sociedade em transformação, onde o verdadeiro luxo está em alinhar excelência com propósito e impacto positivo.

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